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Araçatuba - A Prefeitura de Araçatuba, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, abriu nesta sexta-feira (15) a programação da Semana da Luta da Pessoa em Situação de Rua com a exposição “Entre Nós da Rua”, no Terminal Rodoviário Urbano (antigo terminal).

A mostra reuniu depoimentos das próprias pessoas que vivem nas ruas, retratando o cotidiano, histórias de resistência e esperança, além de fotos dos serviços oferecidos a esse público. O objetivo foi sensibilizar e promover o debate sobre direitos e inclusão social.

Durante um mês, as pessoas em situação vulnerável participaram de encontros coletivos ou individuais, onde foram trabalhados temas como vivências, violação de direitos, violência institucional e expectativa de futuro. O projeto foi orientado por assistentes sociais e psicólogas.

Entre as histórias está a de Rogério Paulo da Silva, 39 anos, que vive há seis anos nas ruas de Araçatuba. Ele mostrou todo o seu talento musical tocando a música “É preciso saber viver” (Titãs) e relatou a sua esperança em se recuperar da dependência das drogas e mudar de vida.

“Eu tinha família, emprego e perdi tudo com as drogas. Mas estou lutando para sair deste vício e construir uma família, conseguir um emprego. Aqui na rua sofro muito preconceito, cada dia é uma luta, mas graças a Deus temos o apoio das pessoas do Centro POP que ajudam a gente”, contou.

A iniciativa integra as ações alusivas ao Dia Nacional da Luta da População em Situação de Rua, celebrado em 19 de agosto. As atividades foram organizadas pelo Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua e seguem até o dia 21 de agosto.

Ao longo da próxima semana, estão previstas uma palestra sobre saúde bucal, mutirão de atendimento da Defensoria Pública, intervenção cultural e uma roda de conversa e atendimentos pelo Consultório na Rua. As ações serão no Centro POP.

Segundo a coordenadora do Centro POP, Viviane Velozo Borges, as atividades visam o reforço às ações diárias oferecidas pelo órgão para o resgate do protagonismo e autonomia das pessoas que vivem nas ruas, buscando a reintegração delas à sociedade.

“Nosso objetivo é dar visibilidade a essas pessoas, mostrando para toda a população que por trás de cada história de quem está na rua, sentado em um banco de praça ou no semáforo, há uma vida, um nome e um direito a ser respeitado”, afirmou.

O Dia Nacional da Luta da População em Situação de Rua foi instituído pela Lei Federal 15.187/2025. A data faz referência ao “Massacre da Sé”, ocorrido entre os dias 19 e 22 de agosto de 2004, quando sete pessoas em situação de rua foram assassinadas enquanto dormiam na Praça da Sé, em São Paulo.